Ao ler o post do João sobre o Verão, recordei 2 semanas de férias que tive há 11 anos que nunca na vida vou esquecer.
Saímos de Portimão às 10 da manhã de um quente dia de Julho, em direcção a Porto Santo, num catamaran polinésio de um inglês que tinha 5 mulheres.
Depois do enjoo normal, que durou aí 2 horas, comecei verdadeiramente a apreciar a viagem. Éramos 12 pessoas a bordo (incluindo 2 das 5 mulheres), com idades entre os 10 e os 70 anos. O trabalho começou logo ali. Arrumar as coisas, traçar o plano de viagem, distribuir os grupos de vigia, preparar a comida, preparar velas, etc.
Durante 2 dias e 20 horas, para qualquer direcção que olhasse só via azul. Azul do mar e azul do céu, cujas tonalidades iam variando. A mais fantástica era a do mar vista por uma nesga de madeira, de onde saía um dos lemes do catamaran, que eu só conseguia ver quando levantava o meu colchão de manhã, quando acordava. Nunca vi azul igual àquele em mais lado nenhum.
Bom tempo, mau tempo, muito vento, pouco vento, mar calmo, mar agitado, apanhámos de tudo! No segundo dia mudei de roupa 5 vezes. Quando saía do meu "quarto", levava com uma onda em cima que me encharcava toda e me obrigava a descer novamente e a tentar descobrir roupa seca para vestir. A minha última hipótese foi o fato de mergulho. Nunca mais me molhei.
Às 6 e pouco da manhã do 2º para o 3º dia, finalmente avistámos terra. Porto Santo. Para trás tinham ficado milhas e milhas de Oceano Atlântico, algumas tartarugas e dezenas de golfinhos.
Como nos filmes de piratas e marinheiros, assim que atracámos na pequena Marina de Porto Santo e pusémos o pé em terra firme, quase caímos para o lado. Não é verdade que se cambaleia mesmo? Não nos conseguíamos equilibrar nem que nos apontassem uma pistola à cabeça!
A partir daí, foram 15 dias de mergulho divididos entre Porto Santo, Funchal e Desertas, com os fundos do mar mais irreais, com direito a tubarões e tudo.
O regresso, para nós, foi de avião. Para os restantes, a viagem continuou. Próxima paragem: Canárias.
Durante 2 anos recebemos postais dos mais fantásticos sítios do Mundo, por onde o nosso anfitrião, o tal inglês com as 5 mulheres, ia passando.
Para mim, 15 dias souberam a pouco.
O nosso barco:
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