sábado, 6 de novembro de 2004

Trovoada

19:10h - "Lindo! Está uma trovoada enorme sobre o mar!"
04:36h - "Estou no carro, na Praia da Marinha, a ouvir o mar, a ver os relâmpagos e com saudades tuas."
Passadas nove horas a trovoada mantém-se. Não chove e os relâmpagos continuam sobre o mar. A Terra estremece sob os nossos pés.

Nestas nove horas jantei, bebi, ri e dancei, contei histórias e mandei-te sei lá quantas mensagens. Não consigo deixar de pensar em ti. Estive mais de uma hora no carro a ver os relâmpagos a rasgar o céu em direcção ao mar. Sei que estás a dormir e espero que sonhes comigo.
No cimo da falésia, sem nada que me distraia, percebo a diferença entre o génio e o comum dos mortais. Estavam reunidas todas as condições para o mais belo dos poemas, a mais bela canção ou o mais impressionante dos quadros.
Consigo imaginá-los a todos mas não consigo pô-los no papel. Tu estás sempre presente. És a constante da minha vida e sei que fazes parte das coisas que quero manter.
Menos de uma hora depois e mais de 5 ou 6 cartas estou em casa, a tentar passar para o papel tudo aquilo que te queria dizer, consciente que não o consigo fazer tão bem como imaginava.

Os génios arriscam. Eu não.

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