sexta-feira, 24 de março de 2006

Dan Brown com Açúcar

Acabei há 10 minutos de ler "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
Resolvi, depois da febre que aparentemente invadiu o Mundo há 2 anos, começar a lê-lo depois de mais de metade das pessoas que eu conheço e que o leram já se terem esquecido da maior parte dos factos relatados neste "best-seller" aclamado pela crítica.

Para quem não leu, a história anda à volta de um académico inglês especialista em simbologia pagã e de uma criptologista da polícia francesa que se deparam com o assassínio do curador do Louvre, que por acaso é avô da criptologista e quem a criou desde pequena devido à morte do resto da família num acidente de viação. Do enredo fazem parte uma chave, um cofre de um banco, a Opus Dei, o Vaticano e o Priorado do Sião e papiros com versos em código que, quando desvendados, indicam o caminho a seguir.

Agora pergunto eu:
- Que semelhança existe entre esta história e a busca pelas barras de ouro feita pela Cláudia e pelo Tiago de "Morangos com Açúcar", que tentam desvendar o significado da tatuagem que Cláudia tem na perna (um verdadeiro ambigrama*), feita pelo avô quando era pequena e com quem sempre viveu por ter perdido os pais em criança, que percorrem toda a linha de Cascais em busca de pistas e que acabam por enfrentar os maus, levando-os a um banco com o falso pretexto de que as barras se encontram guardadas num cofre, sendo aí apanhados pela polícia?

Eu cá, sinceramente, gosto mais do desfecho dos Morangos. É que enquanto que no livro o segredo é desvendado e não é partilhado com mais ninguém (evitando com quase toda a certeza, a salvação das almas deste Mundo), na nossa portuguezinha série infanto/juvenil, as barras de ouro são entregues a uma associação de apoio aos descendentes dos judeus mortos na 2ª Guerra Mundial, depois dos jovens descobrirem que afinal, o avô da Cláudia as tinha roubado aos judeus que foram mortos nos campos de concentração nazis.

Nunca me hei-de esquecer desta frase:

- "O meu avô! Nazi! A pessoa mais querida que eu conheci... que sempre me protegeu e ajudou... afinal era nazi. Como?!" (dito em jeito de lamento)

* - Segundo Dan Brown e "Morangos com Açúcar", um ambigrama é uma palavra escrita de maneira a poder ser lida tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita, na sua posição normal ou de pernas para o ar.

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