terça-feira, 18 de julho de 2006

Mas porque é que eu voltei?!


Depois de um fim-de-semana óptimo no Algarve, o regresso a Lisboa era inevitável. Mas podia ser, pelo menos agradável, não?

Pois no segundo dia após o regresso, faço-vos aqui o ponto de situação:

Segunda-feira, 01.15 horas da manhã: Chego a casa, depois de 12 quilómetros de fila na autoestrada para passar a Ponte 25 de Abril. Para variar, não há lugar para o carro. Assim, paro à porta, tiro tudo o que é malas, sacos, mochilas e afins, meto dentro de casa e volto a entrar no carro para ir à procura de lugar para estacionar. Com a pressa e o cansaço, as chaves de casa ficam em cima da mesa... dentro de casa.

Segunda-feira, 01.35 horas da manhã: Ligo para os bombeiros para me virem abrir a porta.

Segunda-feira, 01.55 horas da manhã: Entra na rua um camião dos bombeiros na rua. Enorme, com escada e luzes azuis a piscar. Barracada geral. Os vizinhos vêm todos à janela, na esperança de algum acontecimento interessante. Desiludidos, voltam para dentro. O bombeiro informa-me que só me podem abrir a porta de casa na presença da polícia, pelo que temos que esperar que cheguem os senhores agentes, já previamente notificados pelos bombeiros.

Segunda-feira, 02.40 horas da manhã: A polícia não ainda não apareceu, pelo que os bombeiros me abrem a porta de casa, pedindo-me que informasse a polícia de que não me estava a sentir bem, caso me perguntassem alguma coisa. Apesar da porta aberta, os bombeiros não se podem ir embora e eu não posso ir dormir sem chegar a polícia.

Segunda-feira, 03.30 horas da manhã: Chega a polícia. Dois carros. Eu, já com banho tomado e a morrer de sono, desço as escadas munida de Bilhete de Identidade e comprovativo de morada para me identificar e provar que a casa é minha. Um bombeiro informa-me que não é necessário, que a polícia está lá na rua à procura de uma arma e que eu, finalmente posso ir dormir.

Segunda-feira, 19.00 horas: Chego a casa depois de um dia de trabalho normal, com uma visita ao dentista à hora de almoço. Nada de grave. Entro na rua para estacionar o carro. Paro logo no início porque uns jovens pouco recomendáveis estavam, animadamente, a atirar restos de maçãs uns aos outros. A brincadeira acaba e eu avanço. Três voltas à rua depois, lá arranjo lugar para o carro.

Segunda-feira, 20.30 horas: Saio de casa, com o meu Morcego, em direcção ao Coliseu dos Recreios para o concerto de Belle & Sebastian. Ao passar a pé pelos jovens que uma hora antes tinham estado entretidos a brincar com a fruta, ouvimos um "Bacano, tens cigarros?". Intrigado, o Morcego vira-se para trás e pergunta "É comigo?". Inicia-se uma conversa entre os putos da rua e nós, que lhes explicámos que não, não tínhamos cigarros. A conversa acaba por ali e seguimos caminho. De uma das janelas do prédio, sai um escarro que aterra no braço do Morcego. Olhamos para cima e não se vê ninguém. A seguir, voa uma maçã meio comida que me acerta no pé. Os putos da rua avisam logo que não foram eles. Pego no telemóvel e chamo a polícia. O jovem que cuspiu e atirou a maçã aparece na rua a pedir desculpa. De notar que o jovem vem cheio de piercings, com as sobrancelhas cortadas, bom aspecto geral.

Segunda-feira, 20.45 horas: Chega a PSP. Apesar da boa vontade, não se faz nada porque já os jovens tinham fugido. Somos aconselhados a ligar novamente, e discretamente, quando avistarmos o rapazinho cuspidor ali na zona, de modo a que a polícia o possa identificar.

Segunda-feira, 20.55 horas: Continuamos a pé para o Coliseu. O concerto corre bem, mas não me lembro sequer do alinhamento. A minha cabeça não estava lá.

Segunda-feira, 23.55 horas: Chego a casa com o coração nas mãos à espera de ver o meu carro riscado, com os vidros partidos ou os pneus furados. Nada disso. Intacto e no mesmo sítio onde o deixei.

Terça-feira, 08.30 horas: Levanto-me e arranjo-me para ir trabalhar. Estou cheia de sono por causa de uma noite mal dormida e cheia de sobressaltos.


Resoluções:
- Não pensar muito no assunto;
- Não estacionar o carro na rua nos próximos tempos;
- Tentar mudar de casa.

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