Nunca o tinha visto ao vivo. Nunca o tinha ouvido falar. Nunca o tinha visto mexer. Nem sequer tinha visto um videoclip (tão anos 80...) dele. Só o tinha ouvido cantar.E todos sabemos como as vozes nos "obrigam" a criar imagens mentais das pessoas. Pois deixem-me dizer-lhes que a minha imagem mental de Rufus Wainwright foi destruída por completo ontem à noite, aí por volta das 22.00h, no Coliseu dos Recreios.
Ok, já sabia que era um gay de Nova Iorque, excêntrico e tal. Conhecia algumas das suas músicas e letras e reconhecia os seus talentos e capacidades vocais. Mas nada do que me tivessem dito me poderia preparar para as imagens que ontem vi.
A começar pelos trejeitos (de modo e expressão), o ar coquette, o fato branco e cor-de-rosa às risquinhas, os calções com peitilho género criancinha da família Von Trapp, o roupão de turco branco e terminando no casaco de smoking, collants, sapatos de salto alto e chapéu preto à la Liza Minelli, o aspecto visual deste concerto foi alucinante.
Do ambiente de Kusturica (juro-vos que os senhores do trompete, saxofone e demais instrumentos de sopro já estiveram amarrados a uma árvore!) até ao cabaret foram duas horas de um concerto excelente, com muita conversa e histórias contadas pelo meio, com a mãe Kate a tocar piano e a instrutora de yoga a cantar, com um público calmo mas participativo, com "Somewhere over the Rainbow", "Leaving for Paris", "Cigarettes and Chocolate Milk", "Between My Legs" e muitas outras.
Foi um concerto muito além das minhas expectativas, que me fez passar 2 horas de sorriso nos lábios.
Resultado: Nunca mais na vida vou ouvir uma música de Rufus Wainwright da mesma maneira. E isso é muito bom!!!!